
O deputado federal Ícaro de Valmir (PL-SE) utilizou o plenário da Câmara dos Deputados para defender o pai, Valmir de Francisquinho, atual prefeito eleito de Itabaiana, em um discurso marcado por críticas à demora de processos judiciais e à repercussão midiática sobre os casos envolvendo o ex-prefeito.
Ícaro relembrou a batalha judicial enfrentada por Valmir desde 2018, quando foi acusado de irregularidades relacionadas à gestão do matadouro municipal durante seu segundo mandato como prefeito de Itabaiana. Na época, Valmir foi afastado da prefeitura por 100 dias, retornando posteriormente ao cargo com apoio popular.
O parlamentar destacou o descompasso entre os prazos previstos no Código de Processo Penal e a tramitação do caso de seu pai. “Enquanto o CPP estabelece prazos de 10 a 30 dias para conclusão de inquéritos, essa investigação seguiu inconclusiva por mais de cinco anos”, criticou. Ele também questionou as razões por trás dessa demora, embora tenha enfatizado seu respeito à Polícia Civil de Sergipe.
Sobre o mérito das acusações, Ícaro apontou que Valmir foi absolvido em primeira instância em processo de improbidade administrativa, com o juiz reconhecendo a inexistência de enriquecimento ilícito ou má-fé na gestão do matadouro. Contudo, o Ministério Público recorreu da decisão, e o processo foi pautado na véspera do julgamento do registro de candidatura de Valmir ao terceiro mandato como prefeito de Itabaiana.
O parlamentar ressaltou que a inclusão do caso em pauta em momentos estratégicos gera questionamentos, mas evitou afirmar relação direta com as disputas eleitorais. “Apesar de ser o candidato mais votado ao governo de Sergipe em 2022, os votos de Valmir foram invalidados devido a questões judiciais”, relembrou.
Recentemente, Valmir optou por firmar um acordo de não persecução civil com o Ministério Público, o que, segundo Ícaro, foi interpretado de maneira tendenciosa por setores da imprensa. “O acordo não significa confissão de culpa. Meu pai continua reafirmando sua inocência, como foi reconhecido pelo juízo de primeira instância”, defendeu o deputado.
Foto: Câmara dos Deputados